Falámos de comboios, falámos de estações. Falámos do horror da partida e da confusão da chegada. Falámos de muitas coisas. Eu disse-te a minha honestidade e temi que dizê-la a tornasse mentira a teus olhos, esses olhos perante os quais não quero falhar. Tu disseste quem eu sou e estavas só a falar de ti.
Falámos das ruas, as palmilhadas e todas aquelas por percorrer. Falámos de existir; falámos de pensar; falámos do ódio dos homens e do riso das crianças. Falámos de gatos e falámos de cães. Falámos de deuses e negámos demónios, subitamente apagados dos seus lares de fogo. Eu disse-te os meus medos e como os afogo. Tu nada disseste, porque bastaria um também.
Falámos de não crer e crer outra vez. Falámos de nós como portas abertas dando para quartos há muito conhecidos. Eu disse-te o teu rosto; tu sorriste no meu. Já não falávamos no fim e nos nossos olhares habitavam todas as conversas do mundo.
Falámos de tanta coisa e há tanta por falar. Perguntamo-nos como iniciar tantas conversas, como principiar esse tempo em que sou tu e tu serás eu. A resposta é então clara: começa assim...
Falámos de não crer e crer outra vez. Falámos de nós como portas abertas dando para quartos há muito conhecidos. Eu disse-te o teu rosto; tu sorriste no meu. Já não falávamos no fim e nos nossos olhares habitavam todas as conversas do mundo.
Falámos de tanta coisa e há tanta por falar. Perguntamo-nos como iniciar tantas conversas, como principiar esse tempo em que sou tu e tu serás eu. A resposta é então clara: começa assim...