sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Era uma vez

Começo:

Veio um príncipe num cavalo hipotecado e a bela adormecida achou confortável o seu leito, mesmo que não sendo de seda; mesmo sendo de tecido grosseiro; não se ergueu, não lhe baixou a ponte levadiça.
O príncipe pensou em partir, procurar outro castelo: este conto de fadas era demasiado difícil. Pensou melhor: atravesso o fosso a nado.
Ninguém sabe que se passou depois.
Conta-se que conseguiu e levou a sua princesa. Mas há quem conte também que se esqueceu de tirar a armadura antes de mergulhar: e no lodo do teu fosso: afogou-se.


Dizes: Adivinhas-me.
Pergunto: O que esperavas se és o cálice pelo qual monto este corcel; se és a fonte de que todo o universo bebe e só por isso existe; se és a face que, uma vez olhada, revela a existência de um Ser Supremo?
Respondes: Existem mil caminhos, mil voltas redondas na linha uniforme da vida.
Rio. Triste, mas rio. Explico: Mas encontrado o caminho que mesmo nas trevas te faz sentir que todos os outros são inúteis, então só posso dizer o que te digo.

2 comentários:

Anónimo disse...

eu que sou fã e contadora de contos,digo-te que este está belissimamente rabiscado.

cassamia

Canephora disse...

Compreendo o coitado do cavaleiro... se o cavalo era hipotecado, muito provavelmente não traria armadura, pois penhorou-a, logo deve ter atravessado o fosso a nado, e por uma frecha do portão foi encontrar a bela adormecida, completamente desgrenhada e ansiosa por a levarem dali para fora... para ver o mundo que lhe fora vedado... na realidade o principe ansiava o leito onde repousar... mas naquele tempo começou a amargura e as dores de tormento diário... e é por isso que na sua trizteza, se ri... ri da vida que por vezes nos prega partidas... afinal o castelo era só fachada e a Bela Adormecida era fã das noitadas